A Secretaria de Saúde da Estância Turística de Presidente Epitácio, por meio da Vigilância Epidemiológica, alerta para registros de leishmaniose visceral em humanos no município. Os pacientes receberam atendimento e estão em tratamento e acompanhamento, porém os casos reforçam a necessidade de redobrar a atenção e intensificar as medidas de prevenção.
No Brasil, a leishmaniose visceral é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. A transmissão ocorre quando o mosquito palha (Lutzomyia longipalpis) pica um cão e depois pica o homem.
Os principais sintomas da leishmaniose visceral são: Febre de longa duração; aumento do fígado e baço; perda de peso; fraqueza; redução da força muscular; e anemia. “O diagnóstico pode ser realizado por meio de técnicas imunológicas e parasitológicas, portanto é importante procurar atendimento médico assim que sugerem os primeiros sintomas, pois quanto mais cedo diagnosticada, maiores as chances de evitar o agravamento ou complicações, pois a doença pode ser fatal”, explica a enfermeira da vigilância epidemiológica, Sarah Gomes Cano.
Apesar de grave, a leishmaniose visceral em tratamento para humanos, está disponível gratuitamente no SUS (Sistema único de Saúde). O tratamento é feito com uso de medicamentos específicos, os fármacos disponíveis são a glucantime intramuscular ou intravenosa, a anfotericina B e a pentamidina, que pode ser administrada por via intravenosa. Quanto antes o doente procurar orientação médica e tratamento, maior a possibilidade de recuperação e cura.
Porém, o principal reservatório do vírus são os cães, e no caso de infecção para o vetor, o animal ao receber tratamento pode até resultar no desaparecimento dos sinais clínicos, no entanto, ele continua a ser fonte de infecção. Neste caso, eutanásia é recomendada como uma das formas de controle da Leishmaniose Visceral, mas deve ser realizada de forma integrada às demais ações recomendadas pelo Ministério da Saúde.
O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Presidente Epitácio realiza visitas em áreas do município a fim de orientar e conscientizar a população para a manutenção da limpeza de terrenos e quintas e a atenção aos sintomas. “Atualmente estamos realizando uma ação de encoleiramento de animais na Vila Esperança, nesse caso, é efetuada a coleta de sangue para teste e colocamos a coleira repelente. Nosso objetivo é abranger outros bairros no futuro”, explica Leandro Marcio Romeu Junior, agente de endemias do CCZ.
A população pode solicitar a coleta de sangue na residência, caso não possua veículo ou o transporte do animal seja inviável. “O morador que suspeita que o cão está com leishmaniose pode levar o animal ao CCZ para que seja realizada a coleta e o encoleiramento, ou oferecemos o atendimento domiciliar com data marcada”, explica o agente de endemias.
De acordo com o Covepe (Controle de Vetores de Presidente Epitácio), a principal medida de prevenção da leishmaniose visceral é o combate ao inseto transmissor. A população também tem o dever de manter a higiene ambiental e assim eliminar o desenvolvimento do mosquito palha.
Limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se desenvolvem).
Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos.
Limpeza dos abrigos de animais domésticos, a fim de reduzir a atração dos flebotomíneos para dentro do domicílio.









