O Creas (Centro de Referência e Assistência Social) da Estância Turística de Presidente Epitácio realizou nesta terça-feira, (11), um bate-papo e café da manhã para as trabalhadoras das cooperativas de reciclagem e da frente de trabalho em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, oferecido no Armazém Cultural. Os profissionais da unidade de atendimento da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social abordaram temáticas importantes relacionadas à data em um espaço de promoção do acolhimento.
A coordenadora do Creas, Elaine de Jesus, parabenizou as mulheres da COOPERARPE (Cooperativa de Catadores de Material Reciclável de Presidente Epitácio), Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis "Joia Ribeirinha" e da frente de trabalho, convidadas para o café da manhã. “Vocês, mulheres batalhadoras, com seu trabalho, dedicação e força fazem a diferença na nossa cidade. Este café não é apenas um gesto simbólico, mas uma forma de dizer que vocês são vistas, respeitadas e valorizadas”, disse.
De acordo com a coordenadora do Creas, as mulheres das cooperativas e da frente de trabalho foram escolhidas para participar da atividade por representarem a importância de lideranças femininas, a ocupação da mulher em espaços de trabalho, antes majoritariamente masculinos, a presença de mulheres chefes de famílias e que atuam de forma independente, valorizando suas vozes.
Entre os temas discutidos no bate-papo estavam os direitos adquiridos pelas mulheres nos últimos anos. Como por exemplo, em 07 de agosto de 2006 foi sancionada a Lei nº 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, criada para combater a violência doméstica contra a mulher. No ano de 2009, a Lei Joanna Maranhão (Lei nº 6.719/2009), sancionada em 2015, foi responsável por alterar os prazos de prescrição de crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes. Em 2012, criou-se a Lei Carolina Dieckman (Lei nº 12.737/2012), que promoveu alterações no Código Penal envolvendo a definição de crimes cibernéticos.
“A própria lei trazia pontos de discriminação, e não estamos falando de muito tempo, e sim 20 anos atrás. Ou seja, as conquistas das mulheres são recentes e a sociedade carrega vestígios dessa desigualdade, onde o homem era considerado superior a mulher”, comenta o procurador jurídico AS, Gabriel Chanquini Dias.
O Dia Internacional da Mulher surgiu em 1911, instituído em memória ao homicídio de 129 operárias, que reivindicavam a redução da jornada de trabalho e o direito à licença maternidade em uma fábrica têxtil em Nova Iorque (EUA), em 1857. “A vulnerabilidade da mulher está associada a condições de risco como fome ou violência, por exemplo. Significa estar em risco apenas por ser mulher, e por isso existe o Dia da Mulher, porque os homens nasceram com direitos garantidos, enquanto as mulheres precisaram lutar e ainda precisam buscar a igualdade nos espaços de trabalho, de salário, de oportunidades, entre outros”, comenta a psicóloga Mayara Borges Lima e Silva.
Para concluir o bate-papo, a assistente social Miriam Hoshiba propôs uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade. “Ainda hoje, são as mulheres que dividem a jornada dupla entre o trabalho e os cuidados da casa, são as responsáveis pela educação dos filhos e o cuidado com os idosos, porém essa não deve ser uma atribuição feminina, os homens precisam assumir a divisão das responsabilidades, e assim iremos ensinar as novas gerações que uma sociedade igualitária é possível e que a função da mulher não é meramente reprodutiva”.
Após o bate-papo, as convidadas compartilharam o café da manhã preparado pelo Creas, unidade que tem o compromisso com a defesa dos direitos, o acolhimento e apoio às mulheres. Pessoas em situação de violência, violação de direitos e outras vulnerabilidades podem procurar o CREAS, localizado na Avenida Sobrasil, nº 2-35, telefone/WhatsApp: (18) 2016-0076.